Em razão das perdas por aquecimento de equipamentos e instalações elétricas, estima-se que uma parte significativa da energia gerada anualmente no Brasil seja desperdiçada. Isso poderia ser revertido pela melhora no aproveitamento e pelo uso racional das fontes de energia. O entendimento desse potencial de economia – de fazer mais com menos – é o que define eficiência energética.
Para que as empresas estejam alertas sobre como diminuir o consumo de energia, Glycon Garcia, engenheiro eletricista, diretor-executivo do Instituto Brasileiro do Cobre (Procobre), relaciona os pontos-chave para ganho de eficiência energética.
Iluminação
A eficiência energética na iluminação está diretamente relacionada ao tipo de lâmpada e luminária utilizadas. Por isso, o ideal é que seja feito um estudo luminotécnico para indicar as melhores opções em cada situação. Uma tendência que vem ganhando força no mercado a cada dia é o uso de lâmpadas LED. “A durabilidade de uma lâmpada LED equivale a de 50 lâmpadas incandescentes. Ela rende algo entre 20 mil e 100 mil horas, enquanto a vida útil da incandescente não passa de mil horas e a fluorescente entre 5 mil e 10 mil.”
De acordo com Garcia, as empresas conseguiriam diminuir o peso da fatura de consumo se planejassem esse sistema e adotassem, por exemplo, fotocélulas em fachadas, sensores de presença em locais de pouca movimentação, painéis solares fotovoltaicos, para aproveitar os recursos naturais, entre outros componentes.
Motores
A substituição de motores elétricos antigos por motores de alto rendimento, com maior presença de cobre, também é uma alternativa de economia no consumo de energia elétrica e aumento da produtividade nas empresas. Hoje, de acordo com Ministério de Minas e Energia (MME), os motores representam a maior parte do consumo da energia gerada no País. Grande parte desse consumo é explicado pela prática de recondicionamento, que torna os motores antigos menos eficientes. “Os motores de alto rendimento, com maior condutividade elétrica, diminuem perdas de energia e ainda têm a vantagem de uma maior vida útil, se comparados aos motores convencionais”, afirma Garcia.
De acordo com o diretor do Procobre, a venda de motores novos no Brasil equivale à quantidade de motores reformados. A cada reforma, estima-se que a perda de eficiência energética seja de até 3% e é comum um motor ser recondicionado mais de uma vez, aumentando o custo operacional e o desperdício de energia elétrica.“Além dos motores, sistemas elétricos e sistemas de controles de motores, geradores, transformadores de distribuição e até eletrodomésticos, se mais eficientes, poderiam contribuir para a redução do consumo de energia elétrica a um custo menor que a do investimento em geração de energia, diz o engenheiro. As empresas conseguiriam ainda reduzir custos de manutenção e aumentar a produtividade com a troca dos motores antigos por novos.
Instalações Elétricas
Ao conduzirem energia, as próprias instalações sofrem perdas elétricas. Atualmente, existe uma discussão junto à ABNT sobre quais os parâmetros que devem ser observados para redução dessas perdas. O diretor do Procobre chama a atenção para o uso de materiais de boa qualidade e também para o local de instalação de alguns componentes. “Quanto maior o comprimento de um cabo, maior a perda. Uma mudança de posição em relação ao item de maior consumo energético, em alguns casos, pode gerar economia.”
Garcia também faz o alerta de que pouco adianta ter instalações bem dimensionadas e equipamentos eficientes, se o uso não for racional. Por isso, a importância de criar bons hábitos no uso da energia elétrica, evitando desperdícios.
Climatização
Em um conceito abrangente, que engloba aquecimento, ventilação, ar-condicionado e refrigeração, a climatização é outro ponto-chave que deve ser observado sob o conceito de eficiência energética. No caso dos aparelhos de ar-condicionado, além do correto dimensionamento para o ambiente onde será instalado, um estudo pode identificar se é mais vantajoso para a empresa manter um sistema de ar-condicionado central ou distribuído, por exemplo. Outro item a ser observado é a classificação energética desses aparelhos, destaca Garcia. “Em uma escala de A (mais eficientes) a G (menos eficientes), os equipamentos são classificados levando em conta a relação entre capacidade e consumo.”
Fonte: http://www.eletricistaconsciente.com.br